sábado, 5 de junho de 2010

VULTOS DO ESPIRITISMO - JUNHO/10

AUTA DE SOUZA
Nasceu em 12 de Setembro de 1876, na cidade de Macaíba, Rio Grande do Norte.
Foi uma grande poetisa, filha de Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues, que tiveram 5 filhos, Irineu Leão Rodrigues de Souza, Eloi Junior, Henrique Castriciano, Auta de Souza e João Câncio.
Ficou órfão aos três anos de idade, com a morte de sua mãe por tuberculose e no ano seguinte perdeu também o pai, pela mesma doença. Sua mãe aos 27 anos e seu pai aos 38 anos.
Durante a infância, foi criada por sua avó materna, Silvina M. Conceição de Paula Rodrigues, conhecida como Dindinha, em uma chácara no Recife, onde foi alfabetizada por professores particulares e teve uma boa educação. Aos 11 anos de idade , foi matriculada no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por freiras vicentinas francesas e onde aprendeu francês, literatura e literatura religiosa,música .
Quando tinha 12 anos de idade vivenciou nova tragédia:a morte acidental de seu irmão mais novo, Irineu Leão Rodrigues de Souza, vítima de explosão de um candeeiro.
Mais tarde, aos 14 anos,recebeu o diagnóstico de tuberculose e teve que interromper seus estudos no Colégio,mas continuou aprimorando seus conhecimentos, tornando-se auto didática.
Continuou participando da União Pia das Filhas de Maria e acabou por se formar como professora de catecismo,em Macaíba.
Começou a escrever poesias aos 16 anos de idade, apesar da doença, e participava de reuniões com pessoas que gostavam da poesia de vários autores como Castro Alves, Junqueira Freire, Gonçalves Dias,e outros.
Por volta de 1895, Auta conheceu João Leopoldo da Silva, promotor público de sua cidade natal,com quem namorou durante 1 ano,mas teve que se separar pois a doença piorara. Ele pouco depois morreria também de tuberculose. Essa frustação amorosa se tornou fato marcante, e a poetisa então fez seu primeiro livro de manuscritos, intitulado Dhálias e que mais tarde passou a se chamar " HORTO", único publicado em vida.
Aos 07 de Fevereiro de 1901, Auta de Souza morre devido ao agravamento da tuberculose. Foi sepultada no cemitério do Alecrim,em Natal,mas em 1904 seus restos mortais foram transportados para o jazigo da família, na parede da Igreja de N.Senhora da Conceição,em Macaíba,sua cidade natal.
Em 1936, a Academia Norte Rio Grandense de Letras reconheceu sua obra e dedicou a poltrona xx para Auta de Souza. Em 1951 foi feita uma lápide,tendo como epitáfio versos da grande poetisa.
CHICO XAVIER e o PRIMEIRO ENCONTRO COM AUTA DE SOUZA
No Livro " No Mundo de Chico Xavier " encontramos o relato desse 1.ºencontro....."em certa noite,eu ( Chico) estava em oração,quando se aproximou de mim, o espírito de uma jovem irradiando intensa luz. Pediu papel e lápis e escreveu o soneto intitulado " Nossa Senhora da Amargura", publicado pelo Almanaque de Lembranças, de Lisboa,em 1932. Chorou tanto ao escrevê-lo que eu também comecei a chorar de emoção, sem saber, naquele momento,se meus olhos eram os dela ou se os dela eram os meus.
Mais tarde, soube,por nosso caro Emmanuel, que se tratava de Auta de Souza,a admirável poetisa do Rio Grande do Norte... Auta de Souza,através da psicografia do Chico nos deixou 87 poesias e 27 trovas.
CAMPANHA DA FRATERNIDADE AUTA DE SOUZA
Em 1950,Nimpho de Paula Correa, do Centro Espírita Discípulos de Jesus,de Campo Grande, participava da campanha do quilo. Em 1952 vai para SãoPaulo e ingressa na FEESP,Federação Espírita do Estadode São Paulo,e com José Gonçalves Pereira,na assistência social,cria a Campanha da Fraternidade.
Da cidade de Pedro Leopoldo ( onde estava Chico Xavier) em Minas Gerais, vieram comunicações espirituais de apoio á campanha, em especial de Auta de Souza, através do poema " Migalhas"e outros.
Assim a campanha do quilo passa a se chamar Campanha da Fraternidade Auta de Souza que tem por objetivos:
a) divulgação da doutrina espírita; b) arrecadar donativos e alimentos não perecíveis; c) praticar a caridade.
Suas poesias são caracterizadas por sentimentos de muita tristeza,devido aos trágicos acontecimentos de sua vida terrena.
Essa Migalha
Auta de Souza
No reino de teular em paz celeste,
Repara quantas sobras de fartura!...
Opão dormido que ninguem procura,
O trapo humilde que nãomais se veste...
Do que gastaste,tudo quanto reste,
Arrebata o melhor á varredura
E socorre a afeição e a desventura
Que respiram gemendo em noite agreste!...
Teu gesto amigo florirá perfume,
Bênção, consolo, providência e lume
Na multidão que segue ao desalinho...
E quando o mundo te não mais conforte,
Essa leve migalha, além da morte,
Fulgirá como estrela em teu caminho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário